A antiga redução de Santo Ângelo comemora no próximo sábado 305 anos de fundação.
A localização justifica o nome. O Centro Histórico de Santo Ângelo ocupa uma área de aproximadamente 15 mil metros quadrados bem no meio da cidade. É aqui que tudo começou, há mais de 300 anos.
A professora Nadir Damiani conta que a redução de San Angel Custódio foi fundada em 1706 próximo ao encontro dos Rios Ijuizinho e Ijuí grande, hoje município de Entre-Ijuís.
Em 1707, por questões de enchentes dos rios, dificuldades no transporte da erva-mate, o padre Diogo Hainze transferiu o reduto, o povoado de San Angel Custódio para cá, onde hoje está estruturado o atual município de Santo Ângelo.
A redução de Santo Ângelo se diferenciou dos outros povoados. O cemitério, por exemplo, ficava à direita da igreja. Lugar hoje ocupado pela prefeitura municipal. E diferentemente dos outros, o templo religioso tinha a frente voltada para o sul, como está a Catedral Angelopolitana. E se o povo santo-angelense é conhecido por ser acolhedor, pode haver uma explicação.
_Na região, havia muitas viúvas da etnia charrua. Essas viúvas foram agregadas à população guarani do reduto de San Angel Custódio_explica a professora de História Nadir Damiani.
Aqui chegaram a viver cerca de 3,5 mil habitantes e a redução era uma das mais ricas por cultivar erva-mate e e algodão e exportar para a Europa. Com o passar dos anos, o município de Santo Ângelo se formou a partir do traçado guarani. Por isso, muitas rochas das antigas construções foram reutilizadas, como nas paredes do Museu Municipal. Outra lembrança fica na Catedral Angelopolitana. A imagem do Cristo morto, datada de 1740.
Ao redor da Catedral, são oito janelas arqueológicas abertas em 2006, quando foi criado um departamento específico para isso no município.
_Em todo este material que está agora nestas janelas arqueológicas, nós estamos vendo o trabalho do índio guarani. É claro que com a orientação do jesuíta, mas aqui tem a mão do índio guarani, o remanescente deste povo, aquele que foi a primeira raça que chegou aqui_explica a coordenadora do departamento Clotilde Mouquer Farias.Mas para os estudiosos, o que temos é um alfinete em um oceano. Ainda há muito a ser descoberto.Do antigo povoado, pouco sobrou. Mas os resquícios da última redução jesuítico-guarani continuam vivos, principalmente no povo missioneiro santo-angelense.
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