Ao redor da catedral de Santo Ângelo, um museu a céu aberto. São oito janelas arqueológicas expostas desde 2006, quando o município criou um departamento específico para isso. Em parceria com a Uri, foi desenterrada a história construída há 305 anos.
_Todo este trabalho que se vê aqui, que está agora nestas janelas arqueológicas, está impregnado do trabalho do índio guarani. É claro que com a orientação do jesuíta, mas aqui tem a mão do índio guarani, o remanescente deste povo, aquele que foi a primeira raça que se miscigenou com as demais que aqui chegaram_comenta a coordenadora do Museu Municipal de Santo Ângelo Clotilde Mousquer Farias.
E é junto das janelas arqueológicas e da Catedral Angelopolitana que termina o Caminho das Missões. Um percurso de 325 quilômetros que começa em São Borja, a primeira redução jesuítico-guarani. 13 dias depois, tudo termina aqui em Santo Ângelo, o último dos Sete Povos das Missões no Rio Grande do Sul.
Desde 2001, em torno de duas mil pessoas já percorreram o caminho. São trajetos pelas antigas estradas que ligavam os Sete Povos das Missões. Um dos idealizadores da atividade, Romaldo conta que além da história, esta é uma forma de valorizar o povo missioneiro. As comunidades abrem as casas para receber os peregrinos, como são conhecidos os que percorrem o caminho.
_Valorizando a gastronomia do local, valorizando a cultura das pessoas, como elas vivem, o seu cotidiano, a sua vestimenta. Então, o visitante tem uma informação vasta da região das Missões_ diz o guia Romaldo Santos.

Para os peregrinos que refazem os caminhos missioneiros, a experiência vai muito além da história. Uma oportunidade de auto-conhecimento e reflexão.
_Ela começa a fazer uma caminhada interior. Ela esquece que dia é da semana, esquece o horário e começa a refletir sobre a vida_comenta Santos.